Política / Justiça
Valdemar Costa Neto ameaça Alcolumbre e diz que presidente do Senado “vai pagar caro” se não pautar anistia
Clima entre PL e Senado se deteriora após críticas de Alcolumbre; ataques podem ampliar resistência à PEC da Blindagem e ao projeto de anistia
19/09/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O clima político entre o PL e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se agravou nesta semana após uma série de trocas de críticas. Em entrevista a uma rádio mineira, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acusou Alcolumbre de “trabalhar para o Supremo” e afirmou que ele “vai pagar caro” caso não paute o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Davi Alcolumbre trabalha para o Supremo, não trabalha para nós. Mas vai pagar caro por causa disso. Vai pagar caro se ele não se comportar como tem de se comportar, como um presidente do Senado tem que se comportar”, declarou Valdemar.
A declaração de Costa Neto veio após o desabafo de Alcolumbre, que, em reunião reservada com líderes partidários, criticou tanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) quanto o próprio presidente do PL. Publicamente, o senador também já havia reagido às pressões bolsonaristas em torno da anistia.
Segundo Valdemar, a postura de Alcolumbre poderá inviabilizar sua tentativa de reeleição em 2027, além de comprometer os trabalhos no Senado caso a pauta da anistia não avance.
Alcolumbre evitou responder diretamente aos ataques, mas aliados próximos afirmaram que “esse tipo de ameaça não funciona” com o presidente da Casa. Interlocutores também avaliaram que as investidas de Valdemar e Eduardo Bolsonaro contra Alcolumbre tendem a ampliar a rejeição entre senadores tanto à PEC da Blindagem quanto ao projeto de anistia.
A ofensiva do PL ocorre em um momento de tensão em Brasília, após a aprovação da PEC da Blindagem na Câmara e a movimentação em torno da anistia, que ganhou nova roupagem com a proposta de “PL da Dosimetria”. No Senado, contudo, a resistência deve ser maior, já que senadores enfrentam a renovação de dois terços das cadeiras em 2026, o que torna a aprovação de medidas impopulares mais arriscada.
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