Política / Justiça
Bolsonaro e Braga Netto recebem penas quase idênticas e são tratados como “gêmeos siameses” da tentativa de golpe
Ex-presidente foi condenado a 27 anos, enquanto ex-ministro da Casa Civil pegou 26; Justiça apontou responsabilidades equivalentes na trama golpista
11/09/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O julgamento da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) resultou em duras condenações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e para o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. As penas — 27 anos para Bolsonaro e 26 anos para Braga Netto — evidenciam, na leitura da Corte, que ambos tiveram peso semelhante na organização que tentou abalar a democracia brasileira.
Para os ministros do STF, Bolsonaro e Braga Netto atuaram como protagonistas complementares, responsáveis por liderar e dar sustentação política e logística ao movimento golpista. A proximidade das penas levou juristas a classificá-los como os “gêmeos siameses” da tentativa de golpe.
Embora militares de origens diferentes — um capitão reformado e um general de quatro estrelas —, ambos foram apontados como figuras centrais de um plano que envolvia a anulação das eleições de 2022 e a subversão da ordem democrática.
As penas aplicadas pelo STF foram consideradas elevadas, mas proporcionais ao dano causado, segundo o entendimento dos ministros. A Corte destacou que a conduta dos dois réus se enquadrou na tentativa de “assassinato da democracia”, uma afronta de alta gravidade contra as instituições brasileiras.
Durante o julgamento, analistas apontaram que as ameaças do governo de Donald Trump e de aliados internacionais do bolsonarismo não surtiram efeito sobre o STF. A Corte manteve a linha de autonomia, reforçando que pressões externas não influenciariam a responsabilização dos envolvidos.
Embora Braga Netto tenha sido general da ativa e Bolsonaro um ex-militar, os ministros e especialistas ressaltaram que a postura golpista de ambos não reflete a instituição militar como um todo.
“Neste episódio, o Exército se manteve legalista, e o julgamento mostra que aqueles que conspiraram contra a Constituição foram punidos como indivíduos, e não em nome da instituição”, apontou um analista ouvido pela reportagem.
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