Política / Manifestação
Protestos por anistia em MS expõem racha no PL e ampliam críticas ao STF e Lula
Atos em Campo Grande e Dourados reuniram bolsonaristas, políticos do PL e adesivos contra Azambuja, Moraes e o presidente da República
03/08/2025
15:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Neste domingo (3), manifestantes bolsonaristas tomaram as ruas de Campo Grande, Dourados e outras cidades de Mato Grosso do Sul em protestos que pediam anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, além do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na capital sul-mato-grossense, a manifestação teve início na Praça do Rádio Clube, com carreata pela Avenida Afonso Pena e concentração de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato foi marcado pela presença de políticos do PL, como os deputados federais Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, os estaduais Coronel David e João Henrique Catan, além dos vereadores Ana Portela e Rafael Tavares, e do presidente estadual do partido, Tenente Portela.
Um dos destaques do protesto foi a divisão interna no Partido Liberal. Manifestantes exibiram adesivos com os dizeres "Fora Lula", "Fora Moraes" e "Fora Azambuja", incluindo o ex-governador Reinaldo Azambuja, futuro presidente estadual do PL-MS, como alvo das críticas. O material foi divulgado por integrantes do grupo “Resistência MS” e circulou entre os participantes.
O deputado federal Marcos Pollon (PL), que inicialmente foi impedido de subir ao trio elétrico, criticou duramente a aliança firmada entre o PL e o PSDB nas eleições de 2024. “Entregaram o PL para a porcaria do PSDB. Canalhas!”, declarou. Após o evento, ele se pronunciou nas redes sociais, afirmando que não permitirá que seu discurso seja usado de forma eleitoreira.
Em Dourados, segunda maior cidade do estado, o ato reuniu centenas de apoiadores na Avenida Marcelino Pires. O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) participou da manifestação ao lado da esposa, a vice-prefeita Gianni Nogueira. A concentração teve início na Praça Antônio João e se espalhou por mais de 15 quadras da cidade.
Durante o ato, Jair Bolsonaro participou por meio de uma videochamada feita por Rodolfo Nogueira. A aparição do ex-presidente reacendeu questionamentos sobre o cumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF, que incluem a proibição de uso das redes sociais e de comunicação pública por terceiros.
Durante os discursos em Campo Grande, os parlamentares destacaram o apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como forma de pressionar o STF. “Agora temos um amigo muito poderoso do nosso lado, que é o Donald Trump”, afirmou o vereador Rafael Tavares (PL).
Já o deputado estadual João Henrique Catan (PL) alegou que os EUA teriam documentos que comprovariam fraudes nas eleições de 2022 — apesar de o relatório das Forças Armadas não apontar irregularidades nas urnas eletrônicas.
Além de Mato Grosso do Sul, os atos se espalharam por capitais e cidades do interior em diversos estados. Michelle Bolsonaro esteve presente em manifestação em Belém (PA), enquanto Flávio Bolsonaro discursou no Rio de Janeiro e Carlos Bolsonaro participou do ato em Santa Catarina. Nos EUA, Eduardo Bolsonaro apoiou os protestos pelas redes sociais.
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