Economia / Finanças
Copom mantém Selic em 15% e encerra ciclo de alta após sete aumentos consecutivos
Inflação recua, mas pressões de energia e passagens aéreas ainda preocupam; mercado projeta PIB maior em 2025
30/07/2025
17:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a Taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo um ciclo de sete aumentos consecutivos iniciado em setembro do ano passado. A decisão, já esperada pelo mercado financeiro, representa uma pausa no aperto monetário, com a Selic permanecendo no maior patamar desde julho de 2006, quando chegou a 15,25%.
A medida sinaliza que o Banco Central avalia como suficiente o nível atual dos juros para conter a inflação, mesmo com indicadores mistos nos últimos meses. A Selic vinha subindo desde setembro de 2024, com altas graduais que somaram 4,5 pontos percentuais até o atual patamar.
Apesar da desaceleração recente, a inflação acumulada em 12 meses, medida pelo IPCA, ficou em 5,35%, acima do teto da meta contínua de inflação, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual (limite superior de 4,5%).
O IPCA-15 de julho, considerado uma prévia da inflação oficial, veio acima das expectativas, pressionado por tarifas de energia elétrica e passagens aéreas. Mesmo assim, o BC reduziu sua projeção de inflação para 2025 de 5,1% para 4,9%, no último Relatório de Política Monetária.
“O novo sistema de meta contínua permite maior acompanhamento mês a mês da inflação acumulada em 12 meses, tornando o controle mais dinâmico”, explica o relatório do BC.
A Selic influencia diretamente o custo do crédito no país. Juros altos encarecem financiamentos, inibem o consumo e ajudam a conter a inflação — mas também podem frear o crescimento econômico. Ainda assim, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento para o PIB de 2025 para 2,1%.
O Boletim Focus, divulgado semanalmente com projeções do mercado, estima crescimento de 2,23% para o próximo ano, com inflação de 5,09%, ainda acima do teto da meta.
A Selic é usada como referência nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e influencia todas as demais taxas da economia, de empréstimos bancários a financiamentos habitacionais.
Juros altos: contêm a inflação, mas desestimulam consumo e investimento.
Juros baixos: incentivam crédito e atividade econômica, mas podem pressionar os preços.
“Para cortar os juros, o Banco Central precisa estar seguro de que não há risco de nova alta da inflação”, alertam analistas do mercado.
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