Campo Grande (MS), Terça-feira, 22 de Julho de 2025

Política / Justiça

Governo e oposição veem prisão de Bolsonaro como iminente após nova infração a ordem do STF

Ministro Alexandre de Moraes deu 24h para a defesa do ex-presidente se manifestar; cautelares foram descumpridas após fala pública no Congresso

22/07/2025

08:25

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou força nesta terça-feira (22/7), tanto entre aliados quanto entre adversários políticos. A avaliação de bastidores, compartilhada por parlamentares do governo e da oposição, é de que Alexandre de Moraes, ministro do STF, poderá decretar a prisão preventiva do ex-presidente a qualquer momento, após o descumprimento de medidas cautelares impostas na última sexta-feira (18/7).

Na segunda-feira (21), Bolsonaro participou de reunião com a bancada do PL no Congresso e, ao sair do evento, falou com a imprensa, exibiu a tornozeleira eletrônica e teve suas declarações replicadas nas redes sociais. A atitude, mesmo sem transmissão direta por perfis próprios, foi interpretada como desobediência à ordem judicial, o que levou Moraes a dar um prazo de 24 horas para manifestação da defesa, sob pena de prisão imediata.

As medidas cautelares impostas por Moraes:

  1. Uso de tornozeleira eletrônica

  2. Recolhimento domiciliar noturno (19h às 6h) e integral nos fins de semana

  3. Proibição de contato com embaixadas e autoridades estrangeiras

  4. Proibição de contato com Eduardo Bolsonaro e outros investigados

  5. Proibição de uso de redes sociais, inclusive por terceiros

  6. Proibição de declarações em transmissões ou entrevistas com repercussão digital

É justamente essa última medida que Bolsonaro teria infringido ao falar com a imprensa. A fala foi registrada em áudio e vídeo e amplamente disseminada nas redes sociais, o que configura, na avaliação do STF, tentativa de burlar a decisão judicial.

Fala de Bolsonaro em frente ao Congresso:

“Não roubei cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é o símbolo da máxima humilhação do nosso país. Uma pessoa inocente. O que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus.”

Investigação e contexto político:

Bolsonaro é réu na Suprema Corte por suposta tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal aponta que ele teria instigado sanções internacionais ao Brasil, articulando com seu filho, Eduardo Bolsonaro, ações nos EUA para pressionar o governo de Donald Trump a intervir politicamente, o que resultou na recente taxação de 50% sobre produtos brasileiros e na suspensão de vistos de ministros do STF.

Segundo a PF, a intenção do ex-presidente seria criar entraves nas relações comerciais entre Brasil e EUA como forma de obstruir o andamento da ação penal no STF.

Reações nos bastidores:

  • PL dividido: Parte do partido considera que a prisão seria um presente para a direita, pois abriria espaço para renovar a liderança até 2026. Outra ala avalia que Moraes age politicamente e teme desarticulação interna.

  • Governo Lula: A prisão é vista como provável, mas o Planalto ainda não tem estratégia definida. Há receio de que a saída forçada de Bolsonaro reduza a polarização, afetando a popularidade do governo.

  • Lindbergh Farias (PT-RJ):

“Não vejo outro caminho senão a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. É preciso cessar essa campanha organizada contra as instituições.”

Conflito entre aliados

O desgaste também atinge a direita: Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas entraram em rota de colisão após divergirem sobre a atuação do deputado na articulação com Trump. A crise foi contida com a intervenção direta de Bolsonaro, mas expõe a fragilidade do grupo sem seu principal líder.


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