Política / Justiça
Eduardo Bolsonaro se alinha a Trump e ameaça “caos” no Brasil: “Se não ceder, será como a Venezuela”
Deputado critica Alexandre de Moraes e diz que tarifa de 50% dos EUA é resposta à perseguição judicial contra Jair Bolsonaro
19/07/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumiu um tom beligerante ao comentar, nesta sexta-feira (18), a crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, provocada pelo anúncio do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em entrevista à CNN, Eduardo afirmou que o país será “mergulhado no caos” se não ceder às exigências do governo norte-americano.
“Trump não recua. Se o Brasil não reconhecer as queixas dele, vai receber o mesmo tratamento que a Venezuela”, declarou Eduardo no programa CNN Arena, ao defender que o governo Lula precisa rever sua postura em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo também usou a entrevista para atacar o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais contra seu pai. Na manhã de sexta, Moraes determinou medidas restritivas contra Jair Bolsonaro, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas e até mesmo com o próprio Eduardo.
“Agora Moraes encontrou alguém maior: os Estados Unidos. Trump já bateu de frente com o Canadá — e venceu”, ironizou o parlamentar, que classificou a decisão do ministro como “lamentável”.
Ele também afirmou que está sendo “proibido de falar com o próprio pai” e que essa “é a maior prova de perseguição e ódio institucional no Brasil”.
A escalada nas declarações ocorre no mesmo dia em que Moraes afirmou, em despacho oficial, que o tarifaço de Trump integra uma “estratégia coordenada” para desestabilizar o Brasil:
“A implementação do aumento de tarifas tem como finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil, para gerar pressão política e social sobre o Poder Judiciário e impactar as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos”, escreveu o ministro, citando ainda o risco de interferência no processo penal em curso no STF.
O foco das medidas cautelares é a Ação Penal 2.668/DF, que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022 e envolve Bolsonaro e mais sete aliados. O STF acredita que a articulação internacional — com apoio explícito de Trump — visa transformar pressões comerciais e diplomáticas em instrumentos de chantagem institucional contra a Corte.
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