Campo Grande (MS), Terça-feira, 15 de Julho de 2025

Política / Justiça

PGR critica delação de Mauro Cid e propõe redução mínima de pena; perdão judicial é descartado

Procuradoria afirma que ex-ajudante de ordens de Bolsonaro omitiu informações e comprometeu a lealdade do acordo

14/07/2025

23:55

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que o tenente-coronel Mauro Cid não cumpriu integralmente o acordo de colaboração premiada e propôs que ele receba apenas 1/3 de redução de eventual pena. No parecer assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet Branco, a PGR acusa Cid de ter sido contraditório e de omitir informações relevantes, o que inviabiliza a concessão de perdão judicial ou de benefícios máximos previstos pela legislação.

“O comportamento contraditório, marcado por omissões e resistência ao cumprimento integral das obrigações pactuadas, compromete a efetividade da colaboração”, afirma Gonet, entre as páginas 511 e 514 das alegações finais enviadas ao STF.

PGR reforça linha dura e propõe:

  • Sem perdão judicial

  • Sem conversão automática da pena em medidas alternativas

  • Redução limitada a 1/3 da pena, com base no princípio da proporcionalidade

A avaliação foi incluída nas alegações finais da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em que Mauro Cid figura como um dos oito réus ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Acusações contra Jair Bolsonaro e aliados

A PGR também apresentou pedidos formais de condenação de Jair Bolsonaro por liderar uma organização criminosa armada voltada a minar a democracia e impedir a posse do presidente eleito. As acusações incluem:

Crimes atribuídos a Bolsonaro:

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Dano qualificado ao patrimônio da União

  • Deterioração de bem tombado

Réus e crimes apontados pela PGR:

NomeCargos no governo BolsonaroCrimes atribuídos pela PGR
Alexandre RamagemEx-diretor da Abin, deputado federalOrganização criminosa armada, tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático
Almir GarnierEx-comandante da MarinhaMesmos crimes + dano ao patrimônio da União + deterioração de bem tombado
Anderson TorresEx-ministro da JustiçaIdêntico a Garnier
Augusto HelenoEx-ministro do GSIOrganização criminosa armada
Braga NettoEx-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidenteMesmos crimes de Garnier
Paulo Sérgio NogueiraEx-ministro da DefesaMesmos crimes de Garnier

O que acontece agora?

A ação penal segue para a fase final. Com as alegações finais protocoladas, os réus ainda poderão apresentar suas defesas. O julgamento definitivo será conduzido pelos ministros da Primeira Turma do STF nos próximos meses. A decisão da Corte poderá selar o destino judicial de Jair Bolsonaro e seu núcleo mais próximo de governo.


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