Polícia / Justiça
Rose denunciou abusos sexuais contra criança e foi morta com golpes de facão pelo ex-companheiro em MS
Juliano Pinheiro está foragido; feminicídio de Costa Rica eleva para 17 o número de mulheres assassinadas em 2025 no Estado
30/06/2025
08:00
DA REDAÇÃO
Rose Antônio de Paula ©DIVULGAÇÃO
A cidade de Costa Rica, em Mato Grosso do Sul, foi palco de mais um crime brutal que evidencia o ciclo de violência enfrentado por mulheres. Na noite de sexta-feira (27), Rose Antônio de Paula foi assassinada com golpes de facão pelo ex-companheiro Juliano Pinheiro de Oliveira, de quem já havia sido vítima de ameaças e agressões. O homem está foragido e é procurado pela Polícia Civil.
O crime, investigado como feminicídio, ganha contornos ainda mais graves: Rose havia denunciado Juliano por estuprar uma menina de 11 anos. Segundo o boletim de ocorrência registrado em maio de 2023, a vítima relatou que a criança era molestada sob ameaças de morte. Na ocasião, o Conselho Tutelar teria se recusado a agir, orientando Rose a procurar diretamente a polícia.
O histórico de Juliano com a violência contra mulheres é extenso. Em 2022, Rose procurou a delegacia para registrar que foi agredida com socos no rosto por ele, além de relatar que a própria filha, de 8 anos, também foi agredida ao tentar defendê-la. Juliano chegou a mostrar um canivete à companheira, ameaçando: "eu vou te matar." Ele foi preso naquela ocasião, mas continuou em liberdade.
O autor tem diversas passagens por violência doméstica, lesão corporal dolosa, ameaça e estupro de vulnerável.
Rose foi encontrada morta no sábado (28), por amigas que estranharam sua ausência no café da manhã habitual. Ao chegarem à quitinete onde ela vivia, perceberam marcas de sangue sob a porta. O corpo da vítima estava caído no chão da residência. A Polícia Militar foi acionada, mas Juliano já havia fugido — testemunhas relataram que ele saiu da casa em uma motocicleta vermelha por volta das 21h de sexta-feira.
A Polícia Civil também esteve no local e encaminhou o corpo ao Instituto Médico Legal (IML). O caso está sob investigação e, até o momento, Juliano segue foragido. Informações sobre seu paradeiro podem ser repassadas anonimamente ao telefone (67) 3247-6500.
Com a morte de Rose, Mato Grosso do Sul chega a 17 feminicídios em 2025, segundo dados compilados até 29 de junho. Os crimes ocorreram em várias regiões do Estado, envolvendo vítimas de diferentes idades e contextos. No último dia 20, por exemplo, Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta pelo ex-namorado em Maracaju.
Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 de abril
Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
Vanessa Eugênio Medeiros e a filha Sophie (Campo Grande) - 28 de maio
Sophie (filha de Vanessa) - (Campo Grande) – 28 de maio
Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
Rose Antônio de Paula (Costa Rica) – 27 de junho
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