O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta segunda-feira (23) no Kremlin, em Moscou, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, para discutir os desdobramentos da crise no Oriente Médio. O encontro ocorre apenas dois dias após os Estados Unidos atacarem três instalações nucleares iranianas, elevando as tensões na região a níveis críticos.

Durante a reunião, Putin classificou os ataques americanos como uma "agressão não provocada" e alertou para os riscos de uma escalada militar no Oriente Médio. O líder russo afirmou que não há qualquer justificativa plausível para a ofensiva norte-americana e defendeu que “o caminho deve ser o do diálogo e não o da guerra”.

Entenda o contexto dos ataques

No sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que forças americanas realizaram ataques contra três centros nucleares no Irã: Fordo, Natanz e Esfahan. A ação foi uma resposta direta ao avanço do programa nuclear iraniano e ocorre em meio a uma ofensiva coordenada com Israel, que desde o dia 13 deste mês vem bombardeando alvos estratégicos iranianos.

“Concluímos com sucesso nosso ataque às três instalações nucleares, incluindo Fordo. Todas as aeronaves já deixaram o espaço aéreo iraniano em segurança”, declarou Trump em sua rede social Truth Social.

O ataque envolveu bombardeiros B-2 Stealth, equipados com bombas de 10 toneladas, capazes de destruir bunkers subterrâneos — como o complexo nuclear de Fordo, que fica a menos de 100 km de Teerã e é protegido por uma montanha.

O governo iraniano já havia alertado que qualquer envolvimento direto dos EUA no conflito seria interpretado como declaração de guerra, prometendo retaliação proporcional.

Diplomacia em foco: Rússia e Irã buscam aliados

A reunião entre Putin e Araqchi no Kremlin é interpretada como uma tentativa de coordenar ações diplomáticas e fortalecer alianças diante da ofensiva ocidental. Durante o encontro, ambos reforçaram o compromisso mútuo com a defesa da soberania iraniana e a busca por apoio no cenário internacional.

A Rússia tem sido uma das principais vozes contrárias às sanções e ações militares contra o Irã, defendendo a necessidade de retomada urgente do diálogo internacional. Entretanto, o clima é de total incerteza, com o Irã mantendo sua promessa de reação militar e os EUA reiterando que novas ofensivas não estão descartadas.

Impactos e preocupações globais

O conflito já começa a gerar reflexos econômicos e geopolíticos. O preço do petróleo segue em alta, diante do temor de que o Irã feche o Estreito de Ormuz, uma das principais rotas de exportação de petróleo do mundo.

Diplomatas europeus e representantes da ONU acompanham atentamente os desdobramentos, temendo que o confronto se amplie, envolvendo outras potências regionais como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Turquia.

Declarações de Putin na reunião:

• “Os ataques americanos representam uma violação clara do direito internacional.”

• “Nosso compromisso é com a paz, mas a Rússia não aceitará ações que ameacem a estabilidade da região.”

• “Estamos alinhados com o Irã na defesa de sua soberania e de seus direitos.”

Cenário em análise:

• Rússia e Irã reforçam parceria estratégica.

• ONU e Conselho de Segurança avaliam resposta internacional.

• EUA e Israel mantêm posição firme contra o programa nuclear iraniano.

• Mercado internacional teme impactos no petróleo e na segurança global.