O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou, neste domingo (22), uma reunião de emergência para discutir a escalada do conflito no Oriente Médio após o ataque dos Estados Unidos contra três instalações nucleares no Irã.

A decisão veio após um apelo formal do ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, que exigiu uma resposta internacional imediata. A reunião ocorre às 16h (horário de Brasília), em Nova York, com transmissão pela TV da ONU.

Irã pede condenação e responsabilização dos EUA

Em comunicado oficial, o chanceler iraniano afirmou que seu país exige que o Conselho de Segurança da ONU “condene inequivocamente o ato criminoso de agressão dos Estados Unidos” e responsabilize Washington por violações dos princípios da Carta da ONU e do direito internacional.

“O Irã reserva-se o direito de defender seu território, sua soberania e seu povo por todos os meios necessários, não apenas contra os Estados Unidos, mas também contra as ações ilegais do regime de Israel”, declarou Araqchi.

O ministro disse ainda que os EUA cruzaram uma linha vermelha, especialmente com os bombardeios sobre as instalações nucleares, e que Teerã não vê espaço para diálogo enquanto estiver sob ataque.

Risco de conflito global

Esta é a terceira vez que o Irã solicita uma reunião de emergência da ONU desde o início das hostilidades, no último dia 13. Nenhuma das sessões anteriores resultou em resolução ou declaração conjunta, o que aumenta a preocupação sobre a ineficácia diplomática diante da escalada militar.

“A diplomacia não está na mesa enquanto não dermos nossa resposta. Primeiro, responderemos militarmente. Depois, podemos considerar negociações”, reforçou Araqchi.

Resposta do Irã e ofensiva contra Israel

Após os ataques ordenados pelo presidente Donald Trump, o Irã respondeu com uma enxurrada de mísseis contra Israel, deixando dezenas de feridos e causando destruição em Tel Aviv, segundo informações da imprensa internacional.

O bombardeio americano, realizado com o uso de bombas destruidoras de bunkers, teve como alvos os complexos nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan, que, segundo o próprio Trump, foram “destruídos com sucesso”.

Impacto global: petróleo dispara e tensão se alastra

Com o fechamento do Estreito de Ormuz aprovado pelo Parlamento do Irã — uma das principais rotas do petróleo mundial —, os mercados internacionais já registram uma alta de mais de 13% no preço do barril do petróleo Brent, podendo atingir até US$ 130, conforme alertam analistas do JPMorgan.

Apoio da Rússia e acionamento da AIEA

Além da ONU, o chanceler iraniano informou que viajará nesta segunda-feira (23) à Rússia, onde terá uma reunião com o presidente Vladimir Putin para discutir apoio estratégico e diplomático.

O Irã também exigiu que o Conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se reúna imediatamente para discutir o que classificou como “ataque criminoso dos EUA contra instalações nucleares pacíficas, todas sob salvaguarda e monitoramento internacional”.

Cenário atual da crise:

• EUA e Israel atacaram as principais instalações nucleares do Irã.

• Irã retaliou com mísseis contra Tel Aviv, deixando dezenas de feridos.

• ONU convoca reunião de emergência para discutir a escalada.

• Estreito de Ormuz pode ser fechado, afetando 20% do comércio mundial de petróleo.

• Rússia entra nas negociações, e o risco de um conflito regional se transformar em guerra global aumenta.