Famosos / Luto
Cristina Buarque morre aos 74 anos e deixa legado histórico para o samba e a música brasileira
Cantora e compositora foi referência no resgate da obra de sambistas tradicionais e manteve carreira marcada pela discrição e amor à essência do samba
20/04/2025
14:00
AGÊNCIA BRASIL
DA REDAÇÃO
© Zeca Ferreira/Instagram
A cantora e compositora Cristina Buarque morreu neste domingo (20), aos 74 anos, vítima de complicações de um câncer. Discreta, avessa aos holofotes e com atuação intensa no resgate de sambas pouco conhecidos da música brasileira, Cristina foi uma das maiores responsáveis por preservar a memória de compositores tradicionais do samba, como Candeia, Manacéa, Nelson Cavaquinho, Cartola, Dona Ivone Lara, entre tantos outros.
Filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e irmã de Chico Buarque, Miúcha e Ana de Hollanda, ela era considerada uma guardiã da história do samba. Seu falecimento foi confirmado por seu filho Zeca Ferreira, por meio de uma emocionante homenagem nas redes sociais.
“Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. Ser humano mais íntegro que eu já conheci. Vai em paz, mãe”, escreveu Zeca.
Cristina estreou em 1968 ao lado do irmão Chico Buarque, com quem dividiu a canção Sem Fantasia. Em 1974, lançou seu primeiro LP solo, Cristina, onde eternizou obras como Quantas lágrimas, de Manacéa. Sua discografia reúne interpretações raras e resgates profundos de sambas esquecidos pelo mercado, com registros em fita cassete, projetos de valorização das velhas guardas e parcerias com nomes como Clementina de Jesus, Mauro Duarte e Velha Guarda da Portela.
Mesmo com um repertório riquíssimo, Cristina resistia à fama:
“Bom mesmo é o coro”, dizia ela, preferindo se esconder no coletivo do samba a se destacar como estrela individual.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou pesar:
“Teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar os compositores do samba carioca.”
A Escola de Samba Portela, com quem Cristina manteve forte ligação, também lamentou:
“Cristina dedicou a vida ao samba e à música popular brasileira. Deixa um legado eterno.”
Artistas como Teresa Cristina, Alice Canto, Martinho da Vila, Carlinhos Vergueiro e o músico Tiago Prata exaltaram sua contribuição à revitalização do samba da Lapa e sua influência sobre toda uma geração.
Cristina (1974): com sambas de Manacéa, Cartola, Dona Ivone Lara
Vejo amanhecer (1980): com participação do Época de Ouro
Cristina (1981): com Clementina de Jesus e Velha Guarda da Portela
Compacto com Mauro Duarte (1987): Resgate e Deixa eu viver na orgia
Homenagem a Paulo da Portela (1989)
Participação no disco “Mangueira chegou” (1989)
Chico Buarque de Mangueira (1998)
Um ser de luz – saudação a Clara Nunes (2003)
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