HABILITAÇÃO
Sorteados aguardam terreno há dois anos em Campo Grande e enfrentam aluguel e insegurança
Prefeitura afirma que processo de aprovação do loteamento Portal Caiobá está em andamento, mas famílias cobram agilidade
22/03/2025
13:00
MDX
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Mais de 117 famílias contempladas com terrenos no loteamento Portal Caiobá, em Campo Grande, vivem há dois anos a angústia da espera pela concretização do sonho da casa própria. O sorteio foi realizado em agosto de 2022, durante a 7ª edição do Habita Campo Grande, mas até hoje os lotes não foram entregues. A demora tem forçado muitos dos sorteados a permanecerem no aluguel ou em situações precárias de moradia.
A animadora de festas Cristiane Alves Pereira, 42 anos, foi uma das contempladas. Separada e sem condições de pagar aluguel, ela vive com os filhos em um quarto nos fundos da casa da irmã, onde dorme no chão.
“Me sinto frustrada. Parece que esse sonho virou um castigo. Depender dos outros para morar é muito doloroso”, desabafa.
A manicure Fabrícia Nunes de Oliveira, hoje paga R$ 800 de aluguel no bairro Aero Rancho. Apesar de ter sido chamada como suplente e ter entregue toda a documentação há quase dois anos, ela ainda aguarda definição do lote.
O sentimento é o mesmo para o auxiliar administrativo Marcos Bongiovani, 41 anos, que relata ter sido aprovado em todas as etapas:
“Dois anos se passaram e nada. O sentimento é de tristeza e abandono.”
Segundo nota da Agência Municipal de Habitação (Emha), o projeto está em processo de aprovação, mas ainda há pendências técnicas a serem resolvidas.
“A Emha segue trabalhando no que lhe compete para garantir a viabilidade dos projetos habitacionais, o que tem exigido ajustes no cronograma de entrega dos lotes”, informou a agência.
Muitos beneficiários afirmam já terem procurado a Emha diversas vezes, mas dizem receber respostas vagas e repetitivas, sem cronograma definido.
“Disseram que os terrenos ainda não foram limpos. Já me pediram CPF e telefone várias vezes, mas nunca deram uma resposta clara”, reclama Fabrícia.
O azulejista Elias Eduardo, 39 anos, deseja construir uma casa para morar com o pai e as filhas. Ele paga R$ 1.000 de aluguel e espera que a entrega dos terrenos ocorra antes de novos sorteios.
A açougueira Ângela Olmedo, a cuidadora de idosos Mikaele Pontes, a PM aposentada Claudineia da Silva Cezarino e outras dezenas de famílias têm planos concretos de construir suas casas, abrir pequenos negócios ou simplesmente viver com dignidade, sem o peso do aluguel.
“Depois de tanto tempo tentando, ser sorteada parecia uma luz no fim do túnel. Hoje, é uma espera cansativa que não acaba”, lamenta Claudineia.
O atraso na entrega dos lotes expõe descompassos entre sorteios e a regularização fundiária dos terrenos, o que compromete a credibilidade dos programas de habitação social e aumenta a vulnerabilidade de famílias já em situação delicada.
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