Campo Grande (MS), Quinta-feira, 06 de Fevereiro de 2025

CURIOSIDADES

Você sabia que a fumaça de incêndios pode causar mal-estar? Entenda os riscos para a saúde

26/09/2024

10:35

ANA KARLA SOUZA

©REPRODUÇÃO

A fumaça gerada por incêndios florestais ou queimadas urbanas pode causar diversos problemas de saúde, especialmente em períodos de longa exposição. Com o aumento das queimadas em várias regiões do Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul, os efeitos nocivos à saúde têm sido uma preocupação crescente.

Fumaça das queimadas na Amazônia: uma ameaça que vai além da floresta

As queimadas que assolam a Amazônia, Cerrado e Pantanal não apenas destroem a biodiversidade local, mas também causam graves problemas à saúde de pessoas que vivem a centenas de quilômetros de distância. A fumaça gerada pelos incêndios florestais pode viajar pela atmosfera, carregando partículas nocivas e substâncias químicas que afetam a qualidade do ar, prejudicando a saúde de populações urbanas e rurais.

Impactos à saúde causados pela inalação de fumaça

Entre os sintomas mais comuns associados à exposição à fumaça estão:

  • Ardência na garganta e narinas;
  • Dor ao respirar;
  • Tosse persistente;
  • Dores de cabeça.

Pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão são especialmente vulneráveis e podem necessitar de hospitalização. Em casos de exposição prolongada, a fumaça pode causar danos de longo prazo, favorecendo o desenvolvimento de câncer de pulmão, hipertensão e até acidentes vasculares cerebrais (AVC).

O material particulado e seus perigos

A fumaça de queimadas contém partículas finas (material particulado) e substâncias tóxicas como monóxido de carbono e metais pesados, que podem permanecer no corpo por anos. Essas partículas finas são capazes de penetrar profundamente nos pulmões e na corrente sanguínea, levando a doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. O impacto pode ser devastador, sobretudo em crianças, cujo sistema imunológico está em desenvolvimento, e idosos.

A dimensão do problema em 2024

A situação das queimadas em 2024 é particularmente alarmante. De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2024, foram registrados:

  • 63.189 focos de incêndio na Amazônia, um aumento de 100,67% em relação ao ano anterior;
  • No Cerrado, o aumento foi de 63,3%;
  • No Pantanal, o número de focos de calor chegou a 9.167, representando um aumento expressivo de 2.174%.

Esse aumento, muito antes do que era esperado, foi impulsionado pela ação humana para desmatamento, renovação de pastos e outros processos ligados à agropecuária. Queimadas ilegais continuam sendo uma prática comum, especialmente durante o período de seca, de julho a outubro, quando as chuvas diminuem.

Efeitos ambientais devastadores

Além dos impactos à saúde, as queimadas trazem sérias consequências ambientais:

  • Destruição de ecossistemas e morte de animais;
  • Alteração das características do solo, com a destruição de microrganismos essenciais para a fertilidade;
  • Diminuição da infiltração de água e o risco de desertificação;
  • Poluição atmosférica, afetando a visibilidade e causando acidentes de trânsito.

Como solucionar o problema?

O fim das queimadas passa pelo combate ao desmatamento ilegal, mas isso só será possível com a colaboração de todos os envolvidos: governos, empresas, produtores rurais e a sociedade civil. É essencial que as autoridades aumentem a capacidade de prevenção e combate aos incêndios, além de desenvolverem planos de ação de curto, médio e longo prazo para enfrentar as mudanças climáticas.

A impunidade é um dos maiores desafios no combate às queimadas. Investigações rápidas e responsabilização dos criminosos são passos fundamentais para frear essa destruição. No entanto, isso precisa vir acompanhado de ações estruturais, como a criação de estratégias de adaptação a eventos climáticos extremos, que estão se tornando cada vez mais frequentes.

O que podemos fazer?

Cada indivíduo pode contribuir para reduzir os impactos das queimadas:

  • Cobrar das autoridades políticas públicas de combate ao desmatamento e às queimadas;
  • Educar e conscientizar sobre os danos causados por práticas ilegais de queimadas;
  • Adotar práticas sustentáveis, como o consumo consciente de produtos que não estejam associados ao desmatamento.

O fim das queimadas é um desafio que requer ação imediata e coletiva, pois os impactos são sentidos tanto no meio ambiente quanto na saúde de milhões de pessoas.

#jornaldoestadoms


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