Polícia / Justiça
Roberto Razuk deixa delegacia com tornozeleira eletrônica e cumpre prisão domiciliar em Dourados
Ex-deputado estadual, de 84 anos, foi preso na 4ª fase da Operação Successione, que investiga a exploração do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul
26/11/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O ex-deputado estadual Roberto Razuk, de 84 anos, deixou a Delegacia Regional de Dourados na manhã desta quarta-feira (26) após a instalação de uma tornozeleira eletrônica, passando a cumprir prisão domiciliar. Razuk foi preso na terça-feira (25), durante a 4ª fase da Operação Successione, deflagrada pelo Gaeco/MPMS contra uma organização criminosa que explora o jogo do bicho no Estado.
Sentado em uma cadeira de rodas, usando pantufas e acompanhado pelos filhos, Razuk acenou para a imprensa e brincou ao pedir que as imagens o deixassem “bonito”.
A prisão domiciliar foi concedida ainda na noite de terça-feira pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, do Núcleo de Garantias de Campo Grande. A magistrada acolheu o pedido da defesa, que apresentou laudos médicos indicando estado de saúde extremamente debilitado, incluindo cirurgias recentes para a retirada de tumores na bexiga e no rim.
Segundo a defesa, Razuk necessita de uso contínuo de oxigênio e estaria em risco iminente de óbito caso permanecesse no sistema prisional. O benefício foi condicionado ao uso de tornozeleira e ao cumprimento de medidas cautelares, como a proibição de contato com outros investigados.
De acordo com a ex-prefeita de Dourados, Délia Razuk (PSDB), esposa do ex-deputado, o quadro clínico dele é “extremamente delicado”.
A operação foi deflagrada pelo Gaeco/MPMS na terça-feira (25), com o cumprimento de 20 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de alvos no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Entre os presos estão:
Roberto Razuk, ex-deputado estadual
Rafael e Jorge Razuk, filhos de Roberto
Rhiad Abdulahad, advogado e suplente de deputado estadual
Sérgio Donizete Balthazar, empresário
Outras pessoas apontadas como integrantes da organização
O Gaeco afirma que Razuk foi, por décadas, um dos chefes regionais do jogo do bicho, especialmente na fronteira sul de Mato Grosso do Sul. Segundo as investigações, após a derrocada do grupo dos Name durante a Operação Omertà (2019), o esquema tentou se reorganizar, disputando o controle do jogo ilegal em Campo Grande.
O deputado estadual Neno Razuk (PL), filho de Roberto, é apontado pelos promotores como um dos líderes do grupo, que teria utilizado policiais militares como “gerentes” do esquema.
As fases anteriores da Successione revelaram uma organização:
Armada e violenta
Atuante na exploração de jogos ilegais
Envolvida em corrupção e roubos armados
Disputando o monopólio do jogo do bicho em Campo Grande
O Gaeco identificou ao menos 20 novos integrantes, incluindo lideranças que operavam para ampliar o domínio do grupo em diversos municípios do Estado.
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