Política / Justiça
Após fim do julgamento da trama golpista, Bolsonaro enfrenta prisão definitiva, inelegibilidade até 2060, multas milionárias e perda de cargo no PL
Trânsito em julgado consolida punições que incluem regime fechado, suspensão total dos direitos políticos e restrições partidárias
26/11/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Com o trânsito em julgado da condenação pela trama golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro passa a cumprir uma série de punições que reconfiguram seu futuro político e jurídico. A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, confirma a execução imediata da pena e impõe impactos que vão da prisão em regime fechado à inelegibilidade por mais de três décadas, além de multas milionárias e perda de funções partidárias.
Bolsonaro já estava detido preventivamente desde sábado, após tentar violar a tornozeleira eletrônica, e agora permanece preso em caráter definitivo.
O ex-presidente inicia o cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses, começando em regime fechado. Ele está instalado em uma sala de Estado-Maior da Polícia Federal em Brasília, um espaço de 12 m² com:
banheiro privado
cama, escrivaninha e cadeira
televisão e frigobar
ar-condicionado
Com o trânsito em julgado, sua prisão preventiva foi convertida em prisão definitiva.
Alexandre de Moraes determinou a suspensão integral dos direitos políticos, conforme o artigo 15, III, da Constituição Federal.
Na prática, Bolsonaro:
não pode votar;
não pode ser votado;
não pode manter filiação partidária;
não pode ocupar cargos que exijam capacidade eleitoral ativa.
A suspensão vigorará enquanto durar a execução da pena.
A inelegibilidade, antes válida até 2030 por decisão do TSE devido ao abuso de poder nas eleições de 2022, foi agora ampliada:
permanece durante toda a pena criminal de 27 anos e 3 meses;
após o término, somam-se mais oito anos previstos pela legislação eleitoral.
Na prática, Bolsonaro fica impedido de disputar eleições pelas próximas décadas, até cerca de 2060.
A suspensão dos direitos políticos atinge diretamente sua atuação partidária. Segundo jurisprudência do TSE:
Bolsonaro não poderá ser filiado a qualquer partido;
está impedido de exercer cargos remunerados em diretórios, como o posto que ocupa atualmente no PL.
O partido deverá destituí-lo formalmente da função.
O ex-presidente e os demais condenados terão de pagar solidariamente uma indenização de R$ 30 milhões pelos danos decorrentes do 8 de janeiro.
Além disso, Bolsonaro foi condenado a 124 dias-multa, calculados sobre dois salários mínimos da época por dia. Com correções, o valor deve alcançar R$ 379 mil.
Os recursos serão destinados a fundos públicos coordenados por conselhos com participação do Ministério Público, voltados à recuperação do patrimônio destruído.
O STF determinou que o Superior Tribunal Militar (STM) e a Procuradoria-Geral do Ministério Público Militar (PGJM) analisem a eventual perda da patente militar de Bolsonaro e dos generais:
Augusto Heleno
Paulo Sérgio Nogueira
Walter Braga Netto
Essa decisão pode afetar benefícios e prerrogativas da carreira militar.
Bolsonaro está sujeito às limitações do regime fechado, que não permite visitas políticas. Ele permanece em ambiente estritamente controlado, podendo receber apenas:
familiares
advogados
As restrições já afetaram agendas previamente autorizadas e devem permanecer enquanto durar o encarceramento.
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