Política / Justiça
Alvo dos EUA, Alexandre de Moraes preserva rede de aliados que garante influência e proteção no Brasil
Ministro do STF mantém conexões que atravessam governos, partidos e gerações políticas, de Lula a Tarcísio
17/08/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, alvo recente de sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém no Brasil uma rede sólida de aliados políticos que assegura sua influência nos Poderes e dificulta avanços de adversários, como os pedidos de impeachment no Senado.
Moraes construiu laços com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ambos presidentes do Senado em momentos decisivos. Eles funcionam como barreira contra pressões bolsonaristas por seu afastamento.
O ministro promoveu encontros privados, jantares e até homenagens institucionais a esses parlamentares, fortalecendo laços políticos e institucionais.
Mantém relação de diálogo com Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia, apesar de tensões — especialmente no episódio da prisão do ex-deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle Franco.
Com o presidente Lula (PT), Moraes se aproximou para discutir nomeações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em julho, Lula promoveu um jantar em sua homenagem após as sanções impostas por Trump.
A ligação mais antiga, porém, é com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que o lançou na política em 2002 como secretário da Justiça em São Paulo.
Moraes cultivou aliados em diferentes legendas, como Paulinho da Força (Solidariedade), beneficiado por decisão do STF que anulou sua condenação.
Já atuou em favor de nomes próximos, como Gustavo Rocha, ex-ministro de Temer e atual secretário do DF, em articulações partidárias.
Foi indicado ao STF pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), relação construída quando atuava como secretário de Segurança de São Paulo.
Apesar do embate com Jair Bolsonaro, Moraes mantém pontes com figuras ligadas ao ex-presidente:
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, já consultou o ministro sobre nomeações no Ministério Público paulista.
Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil, recusou-se a apoiar pedidos de impeachment contra Moraes e atuou como mediador em tentativas de trégua entre o magistrado e Bolsonaro.
Ex-filiado ao PSDB, PFL (União Brasil) e MDB, Moraes guardou vínculos da época do tucanato, como os deputados Carlos Sampaio e Paulo Alexandre Barbosa.
Hoje, é relator dos processos sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e acumula protagonismo como uma das figuras mais influentes da República.
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