Política Internacional
Comitiva liderada por Nelsinho e Tereza Cristina reaquece diplomacia nos EUA e abre caminhos contra tarifaço de Trump
Senadores destacam articulação com congressistas e empresários americanos para adiar sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros
30/07/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A missão parlamentar brasileira nos Estados Unidos, liderada pelos senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Tereza Cristina (PP-MS), encerrou nesta quarta-feira (30) a agenda diplomática em Washington com o objetivo de abrir canais políticos e empresariais contra a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a produtos brasileiros. A medida entra em vigor nesta sexta-feira (1º) e pode causar perdas bilionárias ao Brasil.
Segundo os senadores, a comitiva atuou junto ao Congresso dos EUA, estabelecendo diálogos com democratas e republicanos, e buscou apoio institucional de empresas e entidades como a Câmara de Comércio Americana.
“Conseguimos reaquecer a diplomacia. Nosso objetivo era conversar com parlamentares, não com o Executivo. Não tínhamos a intenção de sair com tudo resolvido, mas abrimos caminhos para tratativas futuras”, destacou Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
“Viemos azeitar as relações com os parlamentares. Agora, esse tema pode chegar à Casa Branca por meio deles. Temos a sensação de dever cumprido. Nenhuma ideologia pode falar mais alto que o bom senso”, afirmou Tereza Cristina, vice-presidente da CRE.
Durante a terça-feira (29), a comitiva se reuniu com os senadores democratas Ed Markey e Martin Heinrich, que se mostraram abertos ao diálogo e sugeriram apoio à exclusão de produtos brasileiros da tarifa.
No período da tarde, o grupo dialogou com republicanos como o senador Thomas Tillis. A esperada reunião com Lindsey Graham, aliado próximo de Trump, não ocorreu.
Paralelamente, os parlamentares também se encontraram com executivos de empresas como Cargill, Shell, Caterpillar, ExxonMobil, IBM, Johnson & Johnson e outras multinacionais, com o apoio do Brazil-U.S. Business Council e da embaixadora Maria Luiza Viotti.
“A tarifa é uma medida perde-perde. Prejudica tanto o Brasil quanto os EUA. Conseguimos baixar a temperatura da crise e conectar contatos para o prosseguimento das tratativas”, pontuou Nelsinho Trad.
A comitiva entregou um documento solicitando que a U.S. Chamber of Commerce pressione formalmente o governo Trump pelo adiamento da tarifa e atue como mediadora em eventual diálogo direto entre Trump e Lula.
A tarifa de 50% incide sobre produtos brasileiros como aço, alumínio, alimentos e manufaturados. Segundo a Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), os prejuízos podem alcançar R$ 175 bilhões em dez anos.
“O Senado está agindo diplomaticamente para reconstruir pontes entre Brasil e Estados Unidos. Nossa missão é abrir caminhos para o diálogo e evitar que tarifas injustas recaiam sobre quem trabalha e produz”, reforçou Tereza Cristina.
Apesar das movimentações diplomáticas da comitiva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não estabeleceu contato direto com Donald Trump.
“Enquanto Lula se recusa a se aproximar de Trump, nós fazemos o possível e o impossível para defender os interesses do Brasil”, declarou Tereza Cristina.
A missão, aprovada por unanimidade no Senado, também contou com os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).
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