Campo Grande (MS), Quarta-feira, 16 de Julho de 2025

Política / Justiça

Bolsonaro declara “paixão” por Trump, nega articulação de Eduardo sobre tarifa e diz que poderia intervir se tivesse passaporte

Ex-presidente quer “liberdade” para conversar com o republicano sobre sobretaxa de 50%, mas afirma não ter envolvimento com medida anunciada pelos EUA

15/07/2025

20:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15) que tem “paixão por Donald Trump” e que gostaria de conversar com o presidente dos Estados Unidos sobre a tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros, mas alegou que está impedido de atuar por não ter passaporte. Réu no STF (Supremo Tribunal Federal) no caso da trama golpista, Bolsonaro está com o documento retido por ordem judicial.

Em entrevista ao site Poder360, o ex-presidente também negou qualquer envolvimento — seu ou do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — na articulação da medida. Eduardo, deputado federal licenciado, está nos Estados Unidos desde março mobilizando setores conservadores para que o governo norte-americano pressione o Brasil politicamente. Ele tem vinculado a negociação sobre a tarifa à concessão de “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos golpistas de 2022.

"O que passa na cabeça do Trump, não sei, ele é imprevisível. Mas gosto dele, sou apaixonado por ele, pelo povo americano, pela política americana", declarou Bolsonaro.

Bolsonaro fala em “caça às bruxas” e defende diálogo com Trump

Durante a entrevista, Bolsonaro citou a carta enviada por Trump ao presidente Lula (PT), em que o republicano classificou o julgamento do brasileiro pelo STF como uma “vergonha internacional” e uma “caça às bruxas”. O ex-presidente afirmou que Trump o tratava “como um irmão” e relembrou que, em seu governo, conseguiu evitar uma sobretaxa sobre o aço brasileiro após diálogo direto com o republicano.

“Parece até que estávamos namorando”, disse Bolsonaro sobre a relação com Trump.

Apesar de dizer que não interfere nas decisões do governo americano, Bolsonaro demonstrou interesse em intervir na atual crise tarifária:

“Essa taxa de 50% pode ser diminuída. Acho que tenho poder de resolver esse assunto. Mas tenho que ter liberdade para conversar com Trump. No momento, nem passaporte eu tenho.”

Eduardo Bolsonaro segue em campanha nos EUA

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos em agenda paralela de articulação política, em que tenta vincular a eliminação da tarifa a um movimento internacional contra o que chama de “perseguição política ao seu pai”. Eduardo já criticou publicamente Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, por tentar mediar o impacto econômico da medida junto a empresários, chamando a postura de “subserviência às elites”.

Contexto da crise diplomática:

  • Trump anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de 1º de agosto.

  • A medida foi justificada como resposta ao “autoritarismo judicial” do STF.

  • Lula classificou a tarifa como retaliação política, e o governo brasileiro busca resposta via OMC.

  • O governador Tarcísio de Freitas sugeriu, nos bastidores, a devolução do passaporte de Bolsonaro, mas a proposta foi mal recebida por ministros do STF.


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