Saúde Pública
MPMS abre investigação sobre exames de raio-X no Hospital Regional de MS e cobra plano de modernização
Denúncias apontam sucateamento e riscos à saúde; inquérito pode impactar projeto de PPP que prevê R$ 951 milhões em investimentos
03/07/2025
20:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar a qualidade dos exames de imagem no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em Campo Grande. A medida foi tomada pela 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública, após denúncias recebidas pela Ouvidoria que relatam problemas estruturais, equipamentos sucateados e riscos à saúde de servidores e pacientes.
Segundo diligências preliminares do MPMS, atualmente há apenas uma sala de raio-X fixo em funcionamento no hospital, enquanto os aparelhos móveis estão operacionais, mas com necessidade constante de manutenção devido à idade avançada. As denúncias também destacam riscos na realização de exames à beira do leito e na área vermelha do pronto-socorro, além da precariedade nos alojamentos de profissionais de saúde.
A promotoria determinou que a Funsau (Fundação Serviços de Saúde de MS) e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) prestem, no prazo de 20 dias úteis, informações detalhadas sobre:
Quantidade de equipamentos em funcionamento;
Histórico de manutenções realizadas;
Medidas tomadas para modernização dos serviços;
Ações de segurança voltadas a pacientes e servidores;
Plano de investimentos para renovar o parque tecnológico de imagem;
Supervisão técnica e financeira da assistência hospitalar no HRMS.
Em nota, o HRMS afirmou que, como unidade terciária de referência em média e alta complexidade, o exame de raio-X é procedimento básico e rotineiro. O hospital assegura contar com um parque tecnológico moderno, capaz de atender integralmente à demanda atual, e destaca a oferta de uma ampla gama de exames de imagem.
A investigação do MPMS ocorre em paralelo ao processo de Parceria Público-Privada (PPP) que envolve o HRMS. Em abril, o Governo do Estado abriu consulta pública sobre o projeto, cujo leilão está previsto para dezembro de 2025. A empresa vencedora será responsável pela administração do hospital por 30 anos, com aporte inicial de R$ 951 milhões.
A proposta prevê:
Construção de dois novos blocos, ampliando a capacidade de 362 para 577 leitos;
Aumento de 22 para 77 leitos no Pronto-Socorro;
Ampliação do estacionamento para 753 vagas.
Durante reunião na Assembleia Legislativa, o governador Eduardo Riedel e o presidente da Casa, Gerson Claro (PP), asseguraram que o hospital continuará 100% público e com atendimento SUS gratuito, mesmo com a concessão à iniciativa privada. O Projeto de Lei 140/2025, que tramita na ALEMS, visa garantir segurança jurídica para PPPs no setor de saúde.
“Nosso compromisso é manter o hospital público, dobrar a capacidade e garantir eficiência no atendimento”, afirmou o governador Riedel à época.
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