Agronegócio / Clima
Frio intenso e geadas em Mato Grosso do Sul preocupam setor produtivo e causam prejuízos no campo
Milho safrinha, hortaliças e pecuária estão entre os mais afetados; mais de 3 mil bovinos já morreram por hipotermia em 2024
25/06/2025
11:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
As baixas temperaturas registradas em Mato Grosso do Sul com a chegada de uma massa de ar polar acenderam o alerta no campo. A queda brusca nos termômetros — com registros próximos de 3°C e sensação térmica negativa em regiões do sul do estado — provocou geadas em lavouras e pastagens, colocando em risco a produção agrícola e o bem-estar animal.
De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), não há previsão de novas geadas nos próximos dias, mas os efeitos do frio já são sentidos em diversas cadeias produtivas.
Segundo o SIGA MS, cerca de 48% das lavouras de milho da segunda safra estão em estágios fenológicos sensíveis ao frio. A fase R4, de grão pastoso, concentra 24% das plantações e pode sofrer perdas de 25% a 40% com geadas.
“O frio intenso compromete o enchimento adequado dos grãos e reduz a produtividade final”, explicou Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS.
Outras culturas também estão ameaçadas:
Feijão, hortaliças e frutíferas tropicais podem sofrer queima foliar, perda de área fotossintética e abortamento de grãos, segundo a analista Lenise Castilho, do Sistema Famasul.
A pecuária já contabiliza prejuízos diretos. A IAGRO (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) registrou mais de 3 mil mortes de bovinos por hipotermia em 14 municípios do estado neste ano — superando os números de 2023.
“Bezerros, vacas prenhes e animais idosos são os mais vulneráveis. O frio afeta o sistema imunológico, aumentando a incidência de doenças respiratórias”, alertou o consultor da Famasul Diego Guidolin.
A queima das pastagens tropicais, como a braquiária, compromete a nutrição do rebanho e exige suplementação alimentar imediata.
Mesmo com maior nível de tecnificação, os setores de avicultura e suinocultura sofrem com a necessidade de ajustes no ambiente térmico, especialmente em pequenas propriedades com infraestrutura limitada.
Queda na temperatura ambiente pode afetar a conversão alimentar, crescimento e produção de carne ou ovos;
A exposição prolongada ao frio aumenta os riscos sanitários, exigindo ventilação e aquecimento adequados.
O Sistema Famasul orienta os produtores a:
Reforçarem suplementação alimentar;
Garantirem abrigos naturais ou artificiais;
Monitorarem sinais de hipotermia nos animais;
Aderirem às boas práticas de manejo emergencial.
“A resposta rápida é essencial para evitar perdas econômicas e preservar a resiliência da pecuária frente às oscilações climáticas”, reforçou Lenise Castilho.
Sem novas geadas nos próximos dias, segundo o Cemtec;
Chuvas devem retornar entre quinta (27) e sexta (28) na região centro-sul;
Temperaturas devem subir gradualmente em todo o estado.
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