Política / Partido
Deputado Pedro Kemp afirma que apoio do PT a Riedel será rompido se governador se filiar ao PL
Reação ao movimento de aproximação com bolsonarismo reforça críticas internas e antecipa crise com base social do partido
18/05/2025
07:45
OE
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
A possível filiação do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), ao Partido Liberal (PL) gerou forte reação entre lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT). Para o deputado estadual Pedro Kemp (PT), caso a mudança de sigla se concretize, “a decisão será unânime”: o PT romperá o apoio ao governo estadual.
Segundo Kemp, apesar de a definição ainda não ter sido oficializada, o PT já sinaliza que a entrada de Riedel no PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro — inviabiliza qualquer continuidade de aliança política. A questão será discutida oficialmente após julho, quando o partido terá nova direção estadual.
“Nosso partido vai tomar uma decisão sobre a permanência ou não no governo após a renovação da direção estadual do PT”, afirmou Pedro Kemp.
Além da possível filiação ao PL, o deputado também destacou insatisfações internas acumuladas, especialmente no que se refere à postura do governo Riedel diante de movimentos sociais, como indígenas e o MST.
“Temos críticas, principalmente com relação à forma como o governo tem tratado os movimentos sociais, que para nós é uma questão muito cara”, disse Kemp.
A tendência, segundo o parlamentar, é de rompimento imediato caso Riedel confirme filiação ao PL, não apenas por incompatibilidade ideológica, mas por resolução nacional do PT que proíbe alianças com o partido bolsonarista.
Também ouvido sobre o tema, o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT considerou a possível filiação ao PL como uma das hipóteses em análise, mas ressaltou que outras opções estão em jogo, como uma possível ida de Riedel ao União Brasil ou ao PP — ambos partidos que, nacionalmente, integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Outra possibilidade é que ele se junte ao União Brasil, junto com o PP. As circunstâncias que surgirem no momento da decisão ainda precisam ser avaliadas”, ponderou Zeca.
A renovação do diretório estadual do PT, marcada para julho, será decisiva para os rumos da aliança com o governo estadual. A avaliação será baseada não apenas na filiação partidária de Riedel, mas também no posicionamento do governo frente às pautas sociais defendidas pelo partido.
A deputada estadual Gleice Jane (PT), procurada para comentar a situação, preferiu não se manifestar.
Enquanto isso, a movimentação de bastidores em Brasília aponta que Reinaldo Azambuja (PSDB) e Eduardo Riedel poderão selar a ida ao PL ainda em maio, o que colocaria em xeque a atual composição política do governo de Mato Grosso do Sul, principalmente com partidos de centro-esquerda.
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