Em meio às crescentes tensões na Europa e à incerteza sobre o futuro da Otan, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou no sábado (1º) que está pronto para discutir o uso do arsenal nuclear francês para proteger os países europeus diante das ameaças da Rússia.

📌 Destaques da declaração de Macron:
✅ França pode ampliar sua doutrina nuclear para abranger outros países da região;
✅ Discussões devem ocorrer durante reunião com líderes europeus e o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, neste domingo (2), no Reino Unido;
✅ Pressão geopolítica após declarações de Donald Trump, que ameaçou retirar apoio dos EUA à Otan;
✅ Tensões com Moscou, que já ameaçou resposta nuclear caso Paris intensifique seu envolvimento na guerra da Ucrânia.

🛡 O poderio nuclear francês na Otan

Atualmente, a França é membro da Otan, mas mantém cadeia de comando nuclear independente dos EUA e Reino Unido. Seu arsenal inclui:

• 4 submarinos nucleares armados com mísseis estratégicos capazes de destruir cidades inteiras;
• Cerca de 50 mísseis ASMPA, com ogivas táticas, lançáveis por caças Rafale;
• Possibilidade de deslocar forças para bases na Alemanha para fortalecer a defesa europeia.

🔹 A Otan e a defesa nuclear na Europa

• Estados Unidos: mantêm cerca de 100 ogivas da família B61 em Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália e Turquia;
• Reino Unido: opera 225 ogivas, mas exclusivamente em submarinos nucleares da classe Vanguard;
• Rússia: conta com 1.710 ogivas prontas para uso, além de reservas estratégicas.

⚖ Impacto político e reações internacionais

A proposta de Macron gerou reações diversas:
📢 Marine Le Pen (líder da extrema-direita francesa) criticou a ideia, afirmando que "a dissuasão nuclear francesa deve permanecer francesa";
📢 O governo polonês defende que os EUA ampliem a presença de armas táticas no país, principalmente após Putin deslocar ogivas para Belarus em 2023.

🔹 Análise estratégica
Especialistas apontam que a oferta francesa pode ser mais uma jogada política do que um plano concreto de compartilhamento nuclear. Apesar da agressividade de Trump em relação à Otan, um conflito direto entre Rússia e Europa dificilmente ocorreria sem a intervenção dos Estados Unidos, devido aos tratados de defesa mútua da aliança.

📢 O cenário geopolítico continua imprevisível, e os próximos passos da França podem redefinir o equilíbrio militar na Europa.