A Rota da Celulose, composta por trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267 e das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, está dando um passo significativo com o lançamento de um novo edital de concessão nesta quinta-feira (30). O leilão, marcado para o dia 5 de maio, será realizado na B3 em São Paulo. Com um investimento previsto de aproximadamente R$ 10 bilhões, o projeto visa alinhar as demandas da sociedade às necessidades do mercado, fortalecendo a infraestrutura para atender a maior indústria de celulose do mundo.

Detalhes do Edital

O novo edital revisou a estrutura do projeto para garantir maior eficiência e conformidade com as exigências atuais. A concessão abrangerá um total de 870,3 km de rodovias, administrados por um período de 30 anos. A rodovia, que percorre as regiões central e leste de Mato Grosso do Sul, conecta a capital Campo Grande ao Sudeste do país, passando por nove municípios e beneficiando diretamente 1,2 milhão de moradores do estado.

Cronograma e Melhorias

Entre as principais atualizações do edital, o cronograma de operação foi ajustado, ampliando os prazos para a conclusão das obras essenciais para os 6º e 8º anos do contrato. A construção do contorno do município de Três Lagoas, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), também está garantida. Após a conclusão das obras, prevista para o 4º ano do contrato, o trecho será incorporado à concessão.

As melhorias previstas incluem a duplicação de 115 km de rodovias, a construção de 457 km de acostamentos e 245 km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais. Também serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontes. O projeto contempla ainda 3.780 m² de obras de arte especiais, garantindo que toda a malha viária passe a contar com 100% de acostamento. A maior parte dos investimentos será concentrada nos oito primeiros anos de vigência do contrato.

Segurança e Infraestrutura

Para aumentar a segurança viária e a eficiência no tráfego, o projeto inclui a implantação de três pontos de parada e descanso para motoristas profissionais, localizados nas principais vias do trajeto: MS-040, BR-262 e BR-267. Esses pontos contarão com infraestrutura adequada para oferecer um ambiente seguro e confortável aos motoristas de transporte rodoviário de cargas e passageiros. Além disso, serão instalados pórticos de pedágio automático (Free Flow), tecnologia de pesagem eletrônica dinâmica (HS-WIM), 484 câmeras de reconhecimento óptico de caracteres (OCRs) e um sistema avançado de comunicação com os usuários.

Outro destaque é a instalação de 26 pontos de recarga para veículos elétricos ao longo de toda a malha rodoviária, promovendo a mobilidade sustentável. Cada Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) contará com duas dessas unidades, facilitando o acesso dos motoristas a essa tecnologia e incentivando a transição para um transporte mais ecológico.

Impacto Econômico e Social

O Vale da Celulose em Mato Grosso do Sul já é reconhecido nacionalmente, representando 24% da produção nacional de celulose. O estado possui a segunda maior área plantada de eucalipto no Brasil e lidera na produção de madeira em tora para papel e celulose. A cadeia produtiva florestal em MS gera mais de 14,9 mil empregos diretos e 12 mil indiretos, com quatro linhas de produção em três fábricas de celulose em operação. A Bracell já anunciou a construção da sexta megafábrica no estado, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a geração de empregos.

Futuro do Projeto

Além das fábricas já confirmadas, o projeto Rota da Celulose ainda contempla a segunda linha de produção da Eldorado Celulose em Três Lagoas, da Arauco em Inocência e da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Em outubro do ano passado, o presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, afirmou que mais de 70% dos R$ 105 bilhões de investimentos previstos no setor de celulose para todo o Brasil serão realizados em Mato Grosso do Sul, totalizando quase R$ 75 bilhões nos próximos três anos no estado.

Conclusão

Com o lançamento do novo edital e a marcação do leilão, a Rota da Celulose avança para fortalecer a infraestrutura rodoviária de Mato Grosso do Sul, promovendo o crescimento econômico, a geração de empregos e a sustentabilidade ambiental. O projeto não apenas atende às necessidades do mercado, mas também alinha-se com as demandas sociais, beneficiando diretamente mais de 1,2 milhão de moradores no estado.