POLÍTICA
Após Bolsonaro, Tenente Portela é indiciado pela PF em investigação sobre golpe de Estado
Portela é citado em relatório da Polícia Federal encaminhado ao STF
11/12/2024
15:36
MDX
DA REDAÇÃO
Jair Bolsonaro e Aparecido Portela, o tenente Portela
Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em investigações por golpe de Estado. Portela é presidente estadual do PL em Mato Grosso do Sul (MS). Nesta quarta-feira (10/12/2024), a PF encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um complemento ao relatório final sobre a suposta trama golpista após as Eleicoes de 2022.
Assim, o documento contém o indiciamento de outros dois militares: o Coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu e o Tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo.
De acordo com a PF, foram imputados os crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito e associação criminosa. Outras 37 pessoas foram indiciadas pelos mesmos crimes.
Entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O relatório da PF apontou mensagens de WhatsApp que revelam o suposto papel de Portela na trama. Conforme o documento, o Tenente teria afirmado em mensagem trocada com o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que as pessoas que “colaboraram com a carne” estavam questionando sobre a “realização de um churrasco”.
Neste sentido, “churrasco” era o código usado pelo grupo bolsonarista para se referir ao golpe de Estado, disse a polícia. Segundo o UOL, em janeiro de 2023, Portela trocou mensagens de preocupação em ter que “devolver a parte desse pessoal”.
“O pessoal está em cima de mim aqui, infelizmente vou ter que devolver a parte desse pessoal, minha vida está um inferno”, disse ele. Conforme os textos citados pelo UOL, Portela cogitou parcelar os pagamentos. Para isso, teria tentado até empréstimo consignado.
O Jornal Midiamax acionou o presidente do PL-MS para posicionamento sobre o indiciamento e relatório. Após a publicação da matéria, o militar destacou que está sendo investigado.
“Qualquer pessoa pode ser investigada, desde que seja de forma imparcial, não criar imaginação fértil, sem ter certeza e/ou a verdade. É fácil você pegar um saco cheio de penas de gansos e subir um prédio de 20 andares e lá de cima soltar as penas, dificilmente você vai conseguir juntá-las”, disse ao Jornal Midiamax.
Dois militares de MS também estão na lista de indiciados. Anteriormente, o Ministério Público do TCU (Tribunal de Contas da União) pediu a suspensão das remunerações dos 25 militares indiciados pela Polícia Federal por golpe de Estado. Dois militares de Mato Grosso do Sul estão entre os indiciados e somam salário de R$ 58 mil.
Conforme o documento do MPTCU, o Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto recebe mensalmente R$ 28,1 mil. Enquanto o Coronel reservista Laércio Vergílio tem remuneração de R$ 30,3 mil por mês.
As solicitações são assinadas pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.
“O dispêndio de recursos públicos com remunerações de agentes públicos indiciados por fatos tão graves mostra-se, à evidência, inteiramente incompatível com o princípio da moralidade administrativa”, destacou no pedido.
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