Campo Grande (MS), Domingo, 16 de Novembro de 2025

POLÍTICA

Deputados estaduais criticam ação da Polícia Militar contra indígenas em protesto por água em Dourados

Parlamentares pedem revisão de abordagem policial e reforçam necessidade de solução para crise hídrica nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho

27/11/2024

11:25

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A atuação da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul durante o protesto de indígenas que bloquearam a rodovia MS-156 em Dourados gerou intensos debates na Assembleia Legislativa do Estado (ALEMS) nesta quarta-feira (27). Os manifestantes reivindicam acesso a água potável nas aldeias Jaguapiru, Bororó e Panambizinho, onde vivem cerca de 20 mil pessoas.

Deputados estaduais repudiaram a ação da tropa de choque, denunciada por suposta violência e repressão, e cobraram soluções efetivas para a crise hídrica que atinge as comunidades indígenas.

Reações na Assembleia

A deputada Lia Nogueira (PSDB) expressou indignação com a abordagem policial, classificando-a como "revoltante". "Recebi imagens da truculência da tropa de choque contra os índios. Essa repressão é inaceitável e apenas intensifica o sofrimento de quem luta por um direito básico: água tratada", afirmou.

Pedro Kemp (PT) também criticou a atuação policial, ressaltando a gravidade da crise hídrica. "É inadmissível que, em pleno século XXI, milhares de pessoas estejam sem acesso à água. O protesto é pacífico e por um direito essencial. Se algo grave acontecer, a responsabilidade será do Estado e da polícia", declarou.

Defesa e pontos divergentes

Enquanto a maioria dos deputados criticou a abordagem policial, Coronel David (PL) defendeu a ação como necessária para desbloquear a rodovia. "Os policiais cumpriram ordens para garantir a segurança e a fluidez do trânsito", afirmou. Já a deputada Mara Caseiro (PSDB) destacou que perfurações de poços nas aldeias estão previstas para iniciar em 40 dias, mas lamentou a demora na solução do problema.

Por sua vez, Zé Teixeira (PSDB) apontou a responsabilidade da União pela situação. "O Governo Federal é quem tutela os indígenas e deveria garantir a segurança e o fornecimento de recursos para resolver a crise", disse.

Investigação e providências

O presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), informou que a Mesa Diretora vai apurar os fatos e cobrar explicações dos órgãos competentes. Além disso, parlamentares, como Zeca do PT, pediram que a Funai esclareça se autorizou a entrada da tropa de choque em território indígena.

Contexto da crise

A crise hídrica nas aldeias de Dourados não é recente, mas se agravou pela ausência de investimentos federais para infraestrutura de abastecimento. Projetos como a perfuração de poços e a instalação de redes de água, já apresentados, ainda aguardam liberação de recursos.

A mobilização indígena, que começou como um protesto pacífico, busca chamar atenção para um problema que afeta a dignidade e os direitos das comunidades locais.


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