Campo Grande (MS), Terça-feira, 24 de Junho de 2025

Política / Justiça

Cid e Braga Netto ficam frente a frente em acareação no STF sobre tentativa de golpe

Sessão conduzida por Alexandre de Moraes busca esclarecer contradições em depoimentos sobre plano golpista que envolveria Bolsonaro

23/06/2025

17:00

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza, nesta terça-feira (24), a partir das 10h, uma acareação entre os réus do processo sobre a tentativa de golpe de Estado que buscava manter Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

Entre os principais envolvidos estão o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro.

A acareação foi solicitada pela defesa de Braga Netto, que acusa Cid de mentir nos depoimentos. Na delação, Cid afirmou que o general teria lhe entregue R$ 100 mil em uma sacola de vinho, dinheiro que, segundo ele, seria usado para financiar a operação golpista.

Cid também declarou que um plano para monitorar e assassinar autoridades teria sido discutido na residência de Braga Netto — acusação que o general nega categoricamente.

Braga Netto está preso

Braga Netto está preso desde dezembro de 2024, acusado de obstrução de investigação e de tentar acessar informações sigilosas dos depoimentos prestados por Mauro Cid.

A acareação tem como objetivo colocar os envolvidos frente a frente, para que respondam às mesmas perguntas sobre pontos contraditórios de seus depoimentos. O procedimento busca auxiliar o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, na construção de uma decisão mais precisa.

O ato será fechado ao público, com a presença apenas de Moraes, dos réus, seus advogados e representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Outros envolvidos na acareação

Além de Cid e Braga Netto, também participam da acareação:

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF, réu no processo.

  • Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que atua como testemunha.

Neste caso, a acareação foi solicitada pela defesa de Torres, que aponta inconsistências no depoimento de Gomes que precisam ser esclarecidas.

Fase final antes do julgamento

Essa etapa faz parte da fase de instrução processual, onde defesa e acusação ainda podem solicitar novas diligências, como perícias ou depoimentos. Somente após essa fase, o processo segue para julgamento na Primeira Turma do STF, composta por:

  • Alexandre de Moraes (relator)

  • Cristiano Zanin

  • Luiz Fux

  • Flávio Dino

  • Cármen Lúcia

Quem são os réus na ação penal do golpe

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

  • Walter Braga Netto, general, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente

  • Augusto Heleno, general, ex-ministro do GSI

  • Paulo Sérgio Nogueira, general, ex-ministro da Defesa

  • Almir Garnier, almirante, ex-comandante da Marinha

  • Anderson Torres, delegado da PF, ex-ministro da Justiça

  • Alexandre Ramagem, delegado da PF e deputado federal, ex-diretor da Abin

Próximos passos

Encerrada a fase de instrução, a Primeira Turma do STF irá julgar se os réus devem ser condenados ou absolvidos. A ação é considerada uma das mais relevantes da história recente do Brasil e atinge diretamente o chamado "núcleo crucial" do suposto golpe de Estado.


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