Infraestrutura / Fiscalização
Comissão da ALEMS entrega denúncia ao MPF e pede suspensão do leilão da BR-163 em MS
Documento aponta descumprimento contratual pela CCR MSVia e cobra redução no pedágio e reinvestimento nas travessias urbanas
30/04/2025
14:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão Temporária para Acompanhamento da Concessão da BR-163/MS entregou nesta quarta-feira (30) uma denúncia formal ao Ministério Público Federal (MPF) contra a concessionária CCR MSVia, responsável pela gestão da rodovia que corta 21 municípios de Mato Grosso do Sul, de Sonora a Mundo Novo. O documento, elaborado pela Assembleia Legislativa de MS (ALEMS), solicita providências urgentes e medida cautelar.
A entrega foi feita pelo deputado estadual Junior Mochi (MDB) ao procurador-chefe da Procuradoria da República no MS, Pedro Paulo Grubits, em Campo Grande. A denúncia é resultado de meses de audiências públicas, visitas técnicas e coleta de informações realizadas pela Comissão nos trechos mais críticos da rodovia.
Suspensão imediata do leilão de relicitação da BR-163, marcado para 22 de maio de 2025;
Perícia técnica e contábil sobre valores captados e efetivamente investidos pela CCR MSVia;
Suspensão temporária da cobrança de pedágio ou redução emergencial de 53,94% nos valores praticados;
Cumprimento integral do contrato original, com duplicação total da rodovia;
Reinvestimento em travessias urbanas de trechos com maior índice de acidentes;
Investigação da responsabilidade civil da concessionária, inclusive por danos morais e materiais às vítimas de acidentes.
Segundo o deputado Junior Mochi, a denúncia é juridicamente fundamentada e necessária:
“Levamos ao MPF o resultado do trabalho sério que fizemos pela Comissão. Não podemos mais aceitar promessas vazias. Ou a empresa comprova quanto investiu e onde, ou devolve essa concessão à sociedade”, afirmou.
Ele também criticou a inexecução do contrato, a inadimplência reconhecida por órgãos de controle e o risco gerado pela falta de duplicação, acostamentos e sinalização adequada, o que já provocou inúmeras mortes e lesões graves.
Dos 845 km da rodovia em MS, 656 km ainda não foram duplicados;
9 praças de pedágio seguem operando sem a entrega das obras previstas;
A CCR MSVia teria captado quase R$ 4 bilhões entre 2014 e 2017, mas investiu apenas R$ 1,9 bilhão até 2023, conforme apontamento da ALEMS;
Relatórios do TCU, da ANTT e de audiências públicas embasam a denúncia entregue ao MPF.
A Comissão, instituída pelo Ato nº 73/2024 da ALEMS, percorreu os seguintes municípios ao longo da BR-163/MS:
Naviraí, Dourados, Coxim, São Gabriel do Oeste, Rio Verde, Rio Brilhante, Campo Grande e Mundo Novo. As audiências públicas reuniram autoridades locais, moradores, lideranças civis e representantes do setor produtivo.
Apuração da inadimplência contratual;
Atualização do valor das multas perdoadas ou compensadas via TAC;
Ação civil pública para reparação dos danos à coletividade;
Apuração de eventuais responsabilidades penais e administrativas;
Recomendação de realocação dos recursos recuperados para obras em trechos urbanos com altos índices de sinistros.
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