VALE DA CELULOSE
Bracell pode desistir de projeto bilionário em Água Clara e priorizar Bataguassu
Empresa indonésia avalia instalação de fábrica de celulose em Mato Grosso do Sul
25/02/2025
09:15
CE
DA REDAÇÃO
Secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, diz que só após conclusão dos estudos é que a empresa definirá local inicial dos investimentos
A multinacional Bracell, do grupo asiático Royal Golden Eagle (RGE), pode engavetar o projeto de instalação de uma fábrica de celulose em Água Clara e concentrar seus investimentos bilionários em Bataguassu. A possibilidade foi admitida pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, durante um evento no Bioparque Pantanal, na manhã desta segunda-feira (24).
Em novembro de 2024, durante o Fórum Empresarial Brasil-Indonésia, evento paralelo ao G20, a Bracell anunciou um investimento de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões) para a instalação de uma fábrica de celulose em Água Clara, com produção estimada de 2,8 milhões de toneladas anuais. O projeto deveria gerar cerca de 10 mil empregos na fase de construção e 3 mil na operação.
No entanto, recentemente, a empresa solicitou um novo termo de referência para um estudo de impacto ambiental em Bataguassu, o que acendeu um alerta no setor florestal. Segundo consultores da área, essa solicitação pode indicar que a Bracell está reavaliando ou até suspendendo temporariamente o projeto em Água Clara.
Outro indício de que a multinacional pode estar mudando sua estratégia é a recusa em arrendar terras na região de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, localidades próximas ao local onde a fábrica foi anunciada.
"Tenho clientes com terras disponíveis para arrendamento em Ribas do Rio Pardo. Ofereci para a Bracell, mas eles deixaram claro que ali não é mais o setor deles e nem quiseram negociar", revelou ao Correio do Estado o corretor de imóveis Valdemiro Gonçalves.
Segundo ele, a recusa pode estar relacionada a uma estratégia coordenada entre as grandes empresas de celulose (Suzano, Eldorado, Arauco e Bracell) para reduzir o valor das terras destinadas à produção florestal, que teria caído cerca de 35% no último ano.
A divisão territorial entre as gigantes do setor pode ter deixado Água Clara sob domínio da Suzano, forçando a Bracell a buscar outras regiões menos concorridas, como Bataguassu.
Os estudos de impacto ambiental para o projeto de Água Clara estavam previstos para serem concluídos até março de 2025, com a análise e a emissão da licença de instalação pelo Governo do Estado até novembro. Porém, com o novo estudo solicitado para Bataguassu, o cronograma pode mudar, dependendo da decisão final da Bracell.
A expectativa agora é de que a empresa defina, nos próximos meses, qual município será escolhido para receber o megainvestimento.
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