CASO VANESSA
Delegadas que atenderam Vanessa Ricarte pedem para deixar a DEAM após divulgação de áudios
Titular da delegacia coloca cargo à disposição enquanto investigações avançam
18/02/2025
11:00
DA REDAÇÃO
As delegadas Lucélia Constantino e Riccelly Donha
A repercussão da morte da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada a facadas pelo ex-noivo após buscar ajuda na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), provocou mudanças na unidade policial. As delegadas envolvidas no atendimento da vítima pediram afastamento da delegacia especializada, enquanto a titular Elaine Benicasa colocou seu cargo à disposição até que as investigações sejam concluídas.
A informação foi confirmada nesta terça-feira (18), durante reunião na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que contou com a presença do deputado Coronel David, do secretário de Segurança Pública, Carlos Videira, e da ministra da Mulher, Cida Gonçalves.
A delegada Riccelly Maria Albuquerque Donhas, responsável pelo registro do boletim de ocorrência de Vanessa na madrugada do crime, pediu para sair da unidade após a divulgação dos áudios em que a jornalista relatava o atendimento recebido.
A outra delegada envolvida no caso, Lucélia Constantino, que estaria em estágio probatório, também foi apontada como responsável por sugerir que Vanessa entrasse em contato diretamente com o agressor para que ele deixasse sua residência.
📢 "A delegada teria dito para Vanessa ligar para Caio e pedir que ele saísse de casa", aponta um dos relatos da vítima.
Ao longo da investigação, a Polícia Civil manteve a versão de que Vanessa rejeitou escolta policial após conseguir a medida protetiva na tarde do crime. Entretanto, não há documentos oficiais que comprovem a solicitação da vítima na segunda visita à delegacia.
A delegada titular da DEAM, Elaine Benicasa, afirmou publicamente que teria oferecido escolta, mas os áudios de Vanessa indicam um atendimento frio e desinteressado. Com a repercussão do caso, Benicasa colocou seu cargo à disposição após reunião com o Delegado-Geral da Polícia Civil (DGPC), Lupércio Degerone.
A polêmica em torno do caso Vanessa Ricarte levantou dúvidas sobre o preparo das delegadas designadas para a DEAM, especialmente as que ainda estavam em estágio probatório. O Conselho de Ética da Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia de MS) ainda não se manifestou oficialmente sobre as possíveis falhas no atendimento.
🔍 Principais questionamentos:
As críticas sobre humilhação, descaso e deboche no atendimento da DEAM de Campo Grande não são isoladas. Há relatos desde 2020 sobre falhas graves na abordagem a mulheres vítimas de violência doméstica.
📢 "O atendimento foi bem frio e seco", disse Vanessa Ricarte em áudio enviado a amigos, detalhando o que enfrentou antes de sua morte.
A jornalista completaria 43 anos neste domingo (16) e deixou um legado de carreira brilhante e independência. Sua voz, registrada em gravações, agora serve como denúncia da precariedade no atendimento a mulheres vítimas de violência em MS.
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