'Confiava nos meus secretários', diz ex-prefeito de MS investigado em suposto esquema que desviou R$ 23 milhões
Por cerca de duas horas e meia, Maurílio Ferreira esteve na sede do Dracco, em Campo Grande. Polícia diz que não acredita na versão dele e nem dos outros presos, sendo que continua a fazer buscas em MS.
28/09/2021
09:15
G1 MS
GRAZIELA REZENDE
Dinheiro apreendido durante operação Dark Money em cidade de MS — Foto: Polícia Civil/Divulgação
O ex-prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja, investigado por suposto desvio de R$ 23 milhões da prefeitura de Maracaju, na região sul do estado, disse que sabia da abertura de "uma conta reserva", porém, não tinha conhecimento de atitudes ilícitas e "confiava em seus secretários", conforme a polícia.
Por cerca de duas horas e meia, ele esteve na sede do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), nessa segunda-feira (27), em Campo Grande. No teor do inquérito, consta que Maurílio alegou que deu autonomia ao Secretário de Planejamento e Fazenda e a Diretora do Departamento de Tesouraria, sendo que ambos faziam pagamentos em valores abaixo de R$ 100 mil.
Sobre os cheques, o ex-prefeito disse que "assinou alguns", porém, só conferia valores e, neste momento, mais uma vez ressaltou que "confiava nos secretários", mas não os controlava o tempo tempo e somente ficou sabendo das irregularidades quando a operação Dark Money foi deflagrada. .
Foram ao todo 11 depoimentos até o momento. A polícia fala que, até o momento, fica "evidente a tentativa de eximir suas respectivas responsabilidades" e a versão sustentada pelos envolvidos não convenceu e as buscas seguem pela descoberta de possíveis novos envolvidos, além de ressarcimento do dinheiro público.
O desvio
Segundo apurado pelo Dracco, com informações do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), foi criada no município uma conta bancária de fachada, por onde eram feitos pagamentos em cheques por integrantes do alto escalão da prefeitura a empresas.
As empresas beneficiadas não mantinham relação jurídica com o município e não havia emissão de notas fiscais. Além disso, os valores não eram submetidos a empenho de despesas pela prefeitura. Em menos de 1 ano foram feitos, de acordo com o Dracco, mais de 150 repasses e emitidos 600 cheques que totalizaram R$ 23 milhões.
A operação Dark Money foi deflagrada na última quarta-feira (dia 22). Com mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, o ex-prefeito se apresentou a Polícia Civil somente na sexta-feira (24). Outras sete pessoas também foram presas e houve o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão e as investigações seguem sob sigilo.
***
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Confira seu astral para este sábado, 19
Leia Mais
Tempestade atinge 65 cidades de MS com alerta de perigo neste sábado
Leia Mais
Senador Nelsinho Trad prestigia encenação da Paixão de Cristo em Aquidauana e destaca força da fé e das raízes familiares
Leia Mais
UFMS abre concurso público com 48 vagas para técnico-administrativo e salários de até R$ 4 mil
Municípios