Página indica que imagem foi acessada quase duas mil vezes antes do acidente; empresa afirma que número não é confiável.
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Tabela indica elevado número de acessos em 3 de janeiro à foto de avião que transportava Teori Zavascki (Foto: Reprodução) |
Uma falha pode estar por trás pico de acessos, antes do acidente, a uma foto do avião que caiu na quinta-feira passada (19) Paraty (RJ), matando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e mais quatro pessoas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23) pela companhia que administra o site JetPhotos.net, onde a imagem está hospedada.
A página onde está a imagem indica que ela teve quase dois mil acessos no dia 3 de janeiro, ante uma média de 0 a 3 nos dias anteriores. Esta tabela está sendo muito compartilhada em redes sociais sugerindo que o avião estava sendo monitorado para uma suposta sabotagem.
A FlighRadar24, que comprou o JetPhotos.net em agosto de 2015, informa que o número elevado em 3 de janeiro pode ter sido causado por um bug ou outra falha de script no contador de visualizações de pagina do site. O mecanismo foi implementado há cerca de 15 anos, pela equipe anteriormente responsável pela página.
"Baseado na nossa pesquisa até o momento, não temos confiança no número que está sendo reportado pelo contador de visualizações de página", diz a companhia, por e-mail.
Segundo a FlighRadar24, outros mecanismos de contagem de acessos - como o Google Analytics - não mostram nenhuma visualização da foto no dia 3 de janeiro. A empresa está investigando para saber se houve outros casos semelhantes.
A foto do Hawker Beechcraft King Air C90 prefixo PR-SOM foi colocada no ar em 26 de março de 2016. Como o Jet Photos é apenas um site de fotos, não há indicações de deslocamentos passados nem futuros das aeronaves. Por isso, não faz sentido dizer que o indicativo de alto número de acessos indica que alguém estivesse "seguindo" a aeronave.
Também não faz sentido dizer que os acessos visavam a conhecer detalhes técnicos do avião, porque o modelo é altamente conhecido no mercado.
A Polícia Federal investiga o fato, mas não necessariamente como um indicativo de que o avião estivesse sendo monitorado. A corporação trabalha com a hipótese de que no dia tenha havido algum anúncio ou alguma promoção de voo.
G1, São Paulo
Por Vitor Sorano